Ilha do Faial I

terça-feira, julho 11, 2017

"Afinal, a melhor maneira de viajar é sentir. 
Sentir tudo de todas as maneiras. 
Sentir tudo excessivamente, p
orque todas as coisas são, em verdade, excessivas..."Alvaro de Campos
Ancorados que estávamos no Pico, a outra ilha que está do lado de lá do Canal, o Faial, está sempre a acenar sedutora! De forma que rumámos durante um dia para o Faial (e disse rumámos e não remámos, porque senão nunca mais lá chegávamos!).
Um dia é pouco para ver e desfrutar toda a beleza da ilha!
De manhã atravessámos o canal na primeira "lancha"("ferry"com bilhete comprado no dia anterior) e regressámos na última da tarde, tendo levado o carro para nos deslocar-mos pela ilha. 
A primeira "lancha" da manhã é uma amálgama de gente estremunhada pelo sono: turistas em transporte entre as ilhas, locais que se deslocam, bem vestidos, porque vão à cidade resolver assuntos ou ver familiares do outro lado, grávidas e doentes que se deslocam ao Hospital (que não existe na ilha do Pico e apenas na cidade da Horta). A viagem passa muito rápida ( 30 minutos) sempre com o olhar preso no Pico, e quando se atraca na Horta, já se encontram as ambulâncias à espera dos doentes e toda uma azáfama de uma cidade que se caracteriza por ter uma das Marinas mais visitadas por veleiros de todo o mundo. 
Marina da Horta
Chegar ali era para mim um regresso. E porque não sei mesmo estar de outra maneira, que esta de estar excessivamente, esse regresso deixou-me  um pouco triste. A última vez que ali estivera tinha o sonho de construir um veleiro e navegar pelos mares. Se calhar era um sonho excessivo, como são grande parte dos sonhos, mas nessa 1ª vez chegar à marina da Horta, falar com marinheiros de todo o mundo e ter andado por ali perdida a sonhar, foi o que eu mais me "encheu" a alma quando visitara o Faial. Regressar ali foi olhar "olhos nos olhos" um sonho abandonado"!

Já de pés assentes na terra, ou seja na Ilha, começamos a fazer um percurso pela ilha, sem grande planeamento, apenas de mapa na mão.
Praia de Almoxarife
A primeira paragem foi a praia de Almoxarife, que no verão deve ser um local bastante frequentado, mas que nesta altura ainda estava muito sossegada.

De seguida rumámos à Caldeira do Vulcão na parte mais central da ilha. Mesmo de mapa na mão, e apesar de todas as indicações, acabámos por seguir caminhos de terra, deixando-nos " perder" por caminhos de terra vermelha, árvores frondosas e fetos gigantes. 

Finalmente chegámos à Caldeira do Vulcão depois de ter perdido (ou ganhado) imenso tempo pelo caminho! Esta cratera tem um diâmetro de 2 Kms e uma profundidade de 400 metros. Pode fazer-se todo o percurso a pé à volta do seu perímetro, e mais uma vez muitos estrangeiros preparavam -se para iniciar caminhadas. Nós ficámos cá de cima, apenas a contemplá-la em toda a sua grandiosidade. 
Caldeira

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