Marvão - Portugal
quarta-feira, maio 17, 2017
"Ao erguermos a vista, não vemos fronteiras." Provérbio japonês
Desde criança que não sinto nenhum fascínio especial por Castelos e quando entro dentro de algum, só me prendo a coisas estranhas como velhas fechaduras, janelas assombradas e vestígios de outros tempos que restam nas paredes das casas.
Ao longo do tempo tornou-se palco de guerras e disputas entre mouros e cristãos, entre portugueses e castelhanos. Estando na posse dos árabes e sido conquistada por D. Afonso Henriques por volta dos anos de 1160/1166, ficou novamente na mão dos mouros em 1190 e mais tarde foi novamente reconquistada pelos cristãos. Passou depois a ter uma importância estratégica importante nas guerras com os castelhanos. Imagine-se a movimentação que por ali houve!
Hoje, ali tudo parece ser quietude, isolamento, lenda. Mas, se estivermos atentos, sentem-se essas passagens nas paredes, nas janelas, nas portas...Num sitio destes vê-se bem quanto tempo leva o tempo a passar. Como em cima de cidades se constroem outras cidades; como ao lado de fechaduras se colocam outras fechaduras; como se substituem as inscrições e palavras à medida que as diferentes religiões e pessoas vão passando... e como tudo passa num ápice. Percebe-se que tudo é mesmo efémero. E que relativizar tudo devia ser mesmo o nosso lema de vida!
Ali, mesmo à beirinha de Espanha, em ambiente raiano, cheiram-se contrabandos mais recentes. E naquele momento exacto, naquele minuto , em que estamos por cima do voo dos pássaros temos a sensação que se de repente abrirmos os braços e nos lançarmos lá de cima vamos, de facto, conseguir conseguir voar!
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