Palácio dos Marqueses de Fronteira
domingo, setembro 17, 2017
“Não tenho nenhum outro lugar para ir que não sejam todos os lugares e continuar rolando sob as estrelas” Jack Kerouac
Ao rolar sob as estrelas, os lugares e as circunstâncias vão-nos moldando e mudando...durante uns anos, depois do meu divórcio vivi sozinha com as meninas, na altura com 9 e 7 anos. Foi por essa altura que as 3 tivemos que reinventar os lugares, os tempos, os hábitos e tradições. E apesar da tradição de cantar os parabéns à meia-noite do dia do aniversario, já existir, tornou-se hábito que no dia de aniversário o aniversariante escolhesse onde, com quem e como queria passar esse dia. É soberano(a) e os outros acedem à sua vontade 😄. Muitas vezes nem o próprio(a) consegue decidir qual o programa que quer fazer e fica tudo em suspense até à última hora.
Desta vez a aniversariante, interessada em tudo quanto é Arte e Palácios, escolheu visitar o Palácio dos Marqueses de Fronteira, em São Domingos de Benfica, perto do Parque Florestal de Monsanto, do qual mal tinha ouvido falar. Integrámos a 3 (eu e filhas) uma das visitas guiadas do Palácio, em Francês e Português, mas éramos as únicas portuguesas. Todas as pessoas que por ali estavam eram estrangeiras, e é pena que não se encontrem por lá mais portugueses porque é um Palácio, no mínimo, invulgar, com a dupla condição de ser residência familiar e Monumento Nacional (desde 1982). Por esse motivo não foi possível fotografar o interior do Palácio, que ainda é habitado pela família Mascarenhas, na ala (não visitável), que foi acrescentada no século XVIII ao edifício original do palácio.
Inicialmente construído, no século XVII, com o objetivo de ser uma casa de férias, um pavilhão de caça, por D. João de Mascarenhas, 1.º marquês de Fronteira , uma vez o local era fora da cidade, numa quinta, (que ficava a 3 horas de cavalo do Chiado), onde a família residia.
As circunstâncias vieram a mudar a história deste lugarl e da família: o grande terramoto de 1755! Com Lisboa destruída e a casa da família no Chiado reduzida a escombros a família mudou-se para este local que não sofrera grandes estragos.
Foi, nessa altura, acrescentada uma nova ala,construída no século XVIII para acolher toda a família, fechando-se varandas para ganhar espaço, e passando os tectos brancos a estar trabalhados em estuque.
Na parte mais antiga é sobretudo a azulejaria, única no mundo, que se destaca nas paredes do palácio, onde, na designada Sala das Batalhas, se retratam oito episódios das guerras da Restauração, em que João de Mascarenhas se distinguiu como herói na guerra contra os Espanhóis,( ao que não foi alheia a atribuição do título de marquês de Fronteira). Logo a seguir está a Sala dos Painéis, com um conjunto de azulejos holandeses do século XVII, e duas salas, menos monumentais, mais intimistas ainda utilizadas pela família, onde se podem ver retratos da 4.ª Marquesa de Alorna, Dona Leonor, poetisa, e um dos membros mais "mediáticos" da história da família.
Na parte mais antiga é sobretudo a azulejaria, única no mundo, que se destaca nas paredes do palácio, onde, na designada Sala das Batalhas, se retratam oito episódios das guerras da Restauração, em que João de Mascarenhas se distinguiu como herói na guerra contra os Espanhóis,( ao que não foi alheia a atribuição do título de marquês de Fronteira). Logo a seguir está a Sala dos Painéis, com um conjunto de azulejos holandeses do século XVII, e duas salas, menos monumentais, mais intimistas ainda utilizadas pela família, onde se podem ver retratos da 4.ª Marquesa de Alorna, Dona Leonor, poetisa, e um dos membros mais "mediáticos" da história da família.
Os azulejos dominam também os exteriores, seja no terraço ou no tanque monumental. No terraço painéis representando as sete artes liberais, acompanhados por estátuas de divindades gregas ao que não falta, com algum sentido de humor pintado em pequenos painéis de azulejos satíricos.
Do terraço tem-se acesso à capela onde reza a lenda que o 1.º marquês de Fronteira, tendo convidado D. Pedro para a inauguração do palácio, de seguida mandou partir toda a loiça que se usara no banquete. Esta acabou a decorar as paredes com pedaços de porcelana, além de pedras e conchas.
Saindo do terraço acede-se ao chamado jardim de cima e ao mais monumental, imagem de marca do Palácio de Fronteira, o jardim de baixo, mais conhecido como jardim formal. Em 2014, o livro "The Gardener's Garden", publicado pela editora britânica Phaidon Press, elegeu os 250 jardins mais notáveis de todo o mundo, onde figura este jardim (e mais 4 jardins portugueses) ao lado de locais emblemáticos como o Taj Mahal ou dos Jardins de Versalhes.
Feito já no século XVII, à imagem dos jardins italianos do século anterior, dominado a sul por um lago por escadarias, encimado por uma galeria de esculturas com os bustos dos reis portugueses.
Por todo o mural que limita o Jardim podemos admirar azulejos com pinturas que ilustram os meses do ano, os quatro elementos e os signos do zodíaco.
Não é difícil neste recanto mágico, na surpreendente circunstância de estarmos no meio de Lisboa, ficarmos por ali a vaguear em sonhos e sentirmo-nos transportados para outro tempo e para outro lugar...
1 Comments
Excelente dia! Excelentes companhias! Tenho de conhecer esse Palácio (Carminho)
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