"Eu sempre me pergunto porque os pássaros escolhem ficar no mesmo lugar quando podem voar para qualquer lugar da Terra, depois faço a mim mesmo a mesma pergunta".Harun Yahya.
Aqui, neste lugar, oferece-se comida aos pássaros e em troca eles dão concertos grátis no Jardim. As Rolas habituam-se a nós e espreitam, curiosas, pelos vidros da casa. Os Esturninhos Pretos fazem sinfonias fazendo-nos sentir como se estivessemos em África, depois avançam para os seus voos de perfeitas sintonias. Até os Corvos e Pardais de Telhado se juntam a eles, a comer, enquanto na terra não cai a chuva.
A chuva não chega e tudo já desespera por ela, tudo está ressequido, ávido por água. No meio da aridez, os campos secos, ganham aqui e ali pinceladas de laranja, com as abóboras que não semeei mas cujas sementes, carinhosamente guardei, para serem depois semeadas. As abóboras "hokkaido" irão para o forno, cortadas em tiras com casca, regadas com sal, azeite e tomilho para acompanhar alguns pratos.
As abóboras-meninas provocam-me, quase sensuais, a fazer compota com nozes que irão esperar o inverno em frascos, para adoçar quando chegar o frio.
As romãs e os Dióspiros começam a colorir-se descaradamente, fazendo-me suspirar pelo vermelho das Romãs...
...e enchendo-me de pena de não gostar de dióspiros .
Por fim os Marmelos começam a lembrar que está na altura de fazer Marmelada, como se fosse um ritual que se tem que repetir todos os anos... mesmo assim, pergunto-me muitas vezes, porque continuo no mesmo lugar...